quinta-feira, 30 de julho de 2009

O retorno de Jedi


Permitam-me justificar a longa estiagem!!! A tempestade cerebral retorna, talvez com uma intensidade menor, em razão do pouco tempo que me resta, dentre as postagens em outro blog coletivo, o trabalho e os momentos de diversão que doravante se tornarão mais constantes.
Durante todos esses dia pensei sobre o que escrever e meus textos se afinavam mais ao discurso político do outro blog e fui deixando de lado este espaço.
Mas agora retorno às atividades acadêmicas e com elas entra em erupção a máquina conspiratória que insiste em debater política com alunos que são, na verdade, um grande estímulo a prosseguir no debate político.
Na qualidade de professor, me vejo como um colega de turma de meus alunos e o que me diferencia deles é tão somente a possibilidade de tangenciar os debates que teremos dentro da sala de aula.
É incrível a irresignação de alguns quando me apresento como professor de Ciência Política. Vez por outra sou questionado em sala, nas primeiras aulas, sobre a razão de terem de estudar Ciência Política já que odeiam política.
Trata-se de uma matéria de formação acadêmica e tão logo lhes apresento o texto "O analfabeto Político" de Bertold Brecht, há uma mudança repentina de comportamento.
Aí vai outro texto bacana de sua autoria:
QUEM FAZ A HISTÓRIA

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes destruída
Quem ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
O jovem Alexandre consquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses,
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Fredrico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?

Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?

Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as despesas?

Tantos relatos.
Tantas perguntas.


De fato, a história não nos traz relatos completos de quem realmente fez a história!!
Inicio mais um semestre com meus alunos na certeza de que terão a oportunidade de refletir sobre questões políticas relevantes para a sua formação. Mas somente serão relevantes se compreenderem e reconhecerem sua relevância. Do contrário, teremos apenas mais uma matéria chata transformada em encontros policiados pelo MEC.

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